Historia
O conceito foi criado em 2001 pelo educador e cientista computacional Martin Dougiamas. Voltado para programadores e acadêmicos da educação, constitui-se em um sistema de administração de atividades educacionais destinado à criação de comunidades on-line, em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem colaborativa. Permite, de maneira simplificada, a um estudante ou a um professor integrar-se, estudando ou lecionando, num curso on-line à sua escolha.
(…) não só trata a aprendizagem como uma atividade social, mas focaliza a atenção na aprendizagem que acontece enquanto construímos ativamente artefatos (como textos, por exemplo), para que outros os vejam ou utilizem (DOUGIAMAS, 2001).
A filosofia do projeto é orientada pelo que os desenvolvedores denominam de “pedagogia sócio-construtivista”, pautada em quatro conceitos-chave:
- Construtivismo — Teoria pedagógica fundamentada no entendimento de que as pessoas constroem ativamente novos conhecimentos à medida que interagem com o seu ambiente;
- Construcionismo — Sustenta que a aprendizagem é particularmente eficaz quando se dá construindo alguma coisa para que outros experimentem;
- Construcionismo social — Amplia o conceito anterior para um grupo de pessoas que constroem algo para outras que, de maneira colaborativa, criam assim uma cultura de “coisas” compartilhadas, assim como de significados compartilhados;
- Ligado e Separado — Estabelece que o objeto de observação é a motivação das pessoas em uma determinada discussão de assuntos.
Estes conceitos podem não ser compreendidos e assimilados pelos utilizadores em uma primeira abordagem, mas os desenvolvedores recomendam que os utilizadores possuam um conhecimento prévio dos mesmos.
O programa é disponibilizado livremente na forma de software livre (sob a licença de software livre GNU Public License) e pode ser instalado em diversos ambientes (Unix, Linux, Windows, Mac OS) desde que os mesmos consigam executar a linguagem PHP. Como base de dados podem ser utilizados MySQL, PostgreSQL, Oracle, Access, Interbase ou qualquer outra acessível via ODBC.
É desenvolvido em colaboração por uma comunidade virtual, que reúne programadores e desenvolvedores de software livre, administradores de sistemas, professores, designers e usuários de todo o mundo. Evolui constantemente adequando-se às necessidades dos seus utilizadores.
Constitui-se num software intuitivo e fácil de utilizar, que tanto pode dar origem a uma página de um único professor/formador, como à página de uma Universidade, com dezenas de milhares de alunos/utilizadores.
Seus requisitos técnicos são:
- Servidor – Servidor Web com suporte PHP (ex.: Apache, IIS);
- Cliente – Browser e software específico para visualização dos recursos (formatos “pdf”, “doc”, etc.).
Os principais tipos de utilizadores (papéis) são:
- Administrador
- Gerir utilizadores;
- Definir modelos de autenticação;
- Programar cópias de segurança automáticas;
- Gerir disciplinas e as suas categorias;
- Gerir idiomas;
- Gerir módulos (atividades e blocos);
- Gerir página inicial;
- Gerir aparência do site;
- Aceder a relatórios;
- Instalar novos blocos de atividades;
- Editar aparência dos temas;
- Atualizar a versão do Moodle.
- Professor
- Configuração da disciplina;
- Gestão de alunos;
- Gestão de grupos;
- Gestão de cópias de segurança;
- Análise de relatórios;
- Gestão de escala de notas;
- Análise de notas dos alunos;
- Gestão de sistema de arquivos/ficheiros;
- Acesso a fórum de professores;
- Acesso a tarefas efetuadas pelos alunos.
- Aluno
- Recursos;
- Atividades;
- Bloco administração.
Utilização
Atualmente, principalmente no contexto de pandemia vigente, muitas instituições de ensino (básico e superior) e centros de formação estão adaptando a plataforma aos próprios conteúdos, com sucesso, não apenas para cursos totalmente virtuais, mas também como apoio aos cursos presenciais. A plataforma também vem sendo utilizada para outros tipos de atividades que envolvem formação de grupos de estudo, treinamento de professores e até desenvolvimento de projetos.
O moodle é uma ferramenta usual na modalidade de educação a distância. Outros setores, não necessariamente ligados à educação, também utilizam o Moodle, como empresas privadas e etc., por exemplo.
De acordo com a atividade a ser desenvolvida, os cursos Moodle podem ser configurados em três formatos:
- Formato Social – Cujo tema é articulado em torno de um fórum publicado na página principal;
- Formato Semanal – No qual o curso é organizado em semanas, com datas de início e fim;
- Formato em Tópicos – Onde cada assunto a ser discutido representa um tópico, sem limite de tempo pré-definido.
Quando utilizado para o ensino, a plataforma Moodle apresenta como pontos fortes:
- Aumento da motivação dos alunos;
- Maior facilidade na produção e distribuição de conteúdos;
- Partilha de conteúdos entre instituições;
- Gestão total do ambiente virtual de aprendizagem;
- Realização de avaliações de alunos;
- Suporte tecnológico para a disponibilização de conteúdos de acordo com um modelo pedagógico e design institucional;
- Controle de acessos;
- Atribuição de notas.
A plataforma permite a transmissão e organização dos conteúdos de materiais de apoio às aulas, pelo facto de ser uma ferramenta que permite produzir cursos e páginas da Web, facilita a comunicação (síncrona ou assíncrona), possibilitando contribuir para um padrão superior quer no ensino presencial, quer no ensino a distância.
Os recursos disponíveis para o desenvolvimento das atividades são:
- Materiais estáticos (ex.: páginas de texto, páginas de texto Web, apontadores para ficheiros ou páginas Web, conteúdos de pastas)
- Materiais dinâmicos (atividades):
- Avaliação de Curso;
- Chat;
- Diálogo;
- Diário;
- Fórum;
- Glossário – Utilizado para descrever termos e respectivas definições, ligados à disciplina;
- Lição;
- Pesquisa de Opinião (referendo);
- Questionário – Com questões de diversos tipos (escolha múltipla, verdadeiro ou falso, resposta curta, comparação), pode ser respondido on-line pelos alunos, permitindo-lhes ver qual a sua classificação;
- SCORM;
- Tarefa – Atividade proposta pelo professor/formador aos alunos;
- Trabalho com Revisão – O professor/formador tem acesso a trabalhos enviados pelos alunos, pode avaliá-los e comentá-los;
- Wiki;
- Livro – Permite disponibilizar um livro eletrônico criado pelo professor, qual pode ser constituído por vários capítulos, dispostos em dois níveis diferentes.
Principais características
Os materiais dinâmicos (atividades) disponibilizados pelo professor/formador constituem a grande mais-valia do Moodle, uma vez que permitem a interação entre o professor/formador e os alunos, tais como:
- Fóruns – Locais de debate, partilha de ideias e esclarecimento de dúvidas;
- Gestão de Conteúdos (Recursos);
- Questionários e pesquisas em diversos formatos;
- Blogs;
- Wikis;
- Geração e Gestão de Base de Dados;
- Sondagens;
- Chats – Salas de conversação entre os utilizadores; podem ser utilizadas para conversação em tempo real;
- Glossários;
- Peer assessment;
- Pesquisa de Avaliação:
- ATTLS
- COLLES
- Incidentes Críticos;
- Suporte multi-idioma (mais de 75 idiomas são suportados pelo interface actual);
- Suporte de Gestão através de análises de gráficos interativos online para questionários prepostos.
O Moodle em Portugal
Em Portugal, o Moodle conta com 900 websites registrados:
- Estabelecimentos de ensino (jardins de infância, escolas do 1º Ciclo ao Secundário e Universidades);
- Agrupamentos de escolas;
- Centros de formação de professores;
- Centros de competência;
- Páginas pessoais de professores e formadores;
- Sindicatos de professores;
- Empresas de formação;
- Tertúlias, igrejas, comissões de festas e grupos de interesse comum.
O moodle vem apresentando crescimento amplo em vários países, assim como sua adaptação no Brasil vem tendo significativa aceitação.
Mas chega de enrolação e vamos para o que realmente nos interessa, vamos colocar à mão na massa!
Pré-requisitos
Para seguir este tutorial, você precisará de:
- Um servidor Debian 10 e um firewall configurado com
ufw
.; - Apache configurado seguindo o tutorial de como instalar o NGINX no nosso blog;
- Um bloco de servidor do Nginx com o Let’s Encrypt configurado, o que pode ser feito seguindo o tutorial de como instalar o NGINX no nosso blog;
- MariaDB.
Baixando o Moodle
Você tem duas opções:
- Baixe a versão necessária do site http://moodle.org/downloads … OU
- Baixe o código do repositório Git (recomendado para desenvolvedores e também faz o upgrade mais simples):
git clone -b MOODLE_{{Version2}}_STABLE git://git.moodle.org/moodle.git
O código acima destacado em azul busca uma cópia completa do repositório Moodle e muda para a 3.2 Estável.
OBS: Nunca baixe o moodle de outras fontes, sempre baixe direto da fonte oficial Moodle
Criar um banco de dados
Usando seu servidor de banco de dados, crie uma nova base de dados vazia. A codificação deve ser UTF8. Por exemplo, usando MariaDB:
CREATE DATABASE moodle DEFAULT CHARACTER SET UTF8 COLLATE utf8_unicode_ci;
Crie um usuário e senha com permissões apropriadas para o banco de dados. Por exemplo (MySQL de novo):
mysql> GRANT SELECT,INSERT,UPDATE,DELETE,CREATE,CREATE TEMPORARY TABLES,DROP,INDEX,ALTER ON moodledb.* TO ‘moodle_user’@’localhost’ IDENTIFIED BY ‘yourpassword’;
Crie o diretório data
Crie um diretório vazio para armazenar os arquivos do Moodle. Ele não deve estar na área visível (pública) do servidor web e deve ter permissões para que ele possa escrever nela. Recomenda-se que o usuário proprietário do servidor web dê as permissões necessárias para escrita.
Instalando o código do Moodle
Se você baixou o arquivo .zip ou .tgz antes, descompacte (zip/tar/mover ou copiar) os arquivos de código do moodle (obtidos acima) para serem acessados pelo seu servidor web (p.ex. num Linux baseado em Debian, mova para /var/www/moodle).
Verifique as permissões e certifique-se que o servidor web não tenha permissões para escrever/alterar nenhum dos arquivos de código no diretório (uma causa comum de hack de sites pelo root).
Se você precisar, configure seu servidor web para servir o site Moodle com sua URL escolhida.
Configurando o Moodle
No diretório de código do Moodle, localize o arquivo config-dist.php e faça uma cópia chamada config.php (mas leia o próximo passo ‘Instalando o Moodle’, antes).
Edite o config.php com o editor de sua preferência e altere as configurações necessárias para apontar para seu site, diretórios e base de dados. Nota: o script de instalação do Moodle criará o config.php para você se não existir, mas certifique-se de recolocar as permissões necessárias depois.
Instalando o Moodle
Acesse a URL do seu site Moodle no navegador (a instalação se completará automaticamente).
Depois de completar a instalação, certifique-se que suas permissões de arquivo estão OK para os arquivos de programa do Moodle (não podem ser alteradas pelo servidor web) e os arquivos de dados do Moodle (podem ser alteradas pelo servidor web).
Configurando o cron
Você precisará de uma tarefa cron a ser executada regularmente. É recomendado que o cron rode a cada minuto, sendo necessário para eliminação de atividades assíncronas ao usar a lixeira. Um cron Unix típico é da seguinte forma:
* * * * * /usr/bin/php /path/to/moodle/admin/cli/cron.php >/dev/null
Você não configura o Cron dentro do Moodle, mas no seu servidor. Seu site não funcionará direito, a menos que o cron seja rodado regularmente. É muito importante que você não pule este passo.
Agora é só desfrutar do seu ambiente de apredizagem 😉